SALVA-ME do vazio

O homem é social por excelência. No passado, Aristóteles defendia tal premissa. Verdadeiramente, somos sociais. É inconcebível a idéia da solidão absoluta. Talvez, possa haver uma solidão relativa, voltada a reflexão, a organização das idéias, por um período provisório. Mas a isolamento perpétuo é uma anomalia.

Compartilhamos alegrias. Dividimos tristezas. Falamos bem ou falamos mal. Amamos ou odiamos. Enfim, os sentimentos só podem ser expressos quando rompemos a barreira do eu. Temos necessidade de compartilhar, de mostrar e de ver.

O homem só. Não é homem, é espectro de homem. É semi-humano.

Contudo, a pior de todas as solidões não é essa. Mas sim, a solidão na multidão.

Sob o aspecto material, estou cercado de pessoas. Mas, mentalmente estou alheio a tudo. Por que isso acontece? Por falta de pontes de ligação, de interação. Os outros não me deixaram só, eu me deixei em solidão. Os outros não me abandonaram, mas eu mesmo me abandonei. Os demais não deixaram de me amar, mas eu deixei. A amizade alheia não falhou, mas amigo que estava em mim despareceu. Os companheiros não deixaram de acreditar nos meus sonhos, mas eu os enterrei no oceano das dificuldades. O problema nunca foram os outros, o problema sou eu. As pontes caíram...

A solidão quase sempre esta ligado com o EU e não com os OUTROS. Mas mesmo na desilusão, a força maior estava comigo, e quão idiotas somos, por não ver Cristo ao nosso lado. E clamamos:

Precisamos ser salvos!

SALVE-ME do vazio

SALVA-ME da solidão

SALVA-ME de mim mesmo