Nunca esperei muito das pessoas. Nunca criei expectativas acerca do comportamento alheio. Ainda sim, consigo me surpreender com alguns indivíduos. Não sei se o problema são os outros, ou se o problema sou eu.
As pessoas julgam demais, e amam menos. Ninguém compreende, todos apontam.
Francamente, não me sinto bem na posição de juiz do outro. Sinto que estou usurpando a posição do Único que é digno de julgar. Para julgar, devo estar acima dos erros e fraquezas da humanidade. Como poderia eu, com tantas limitações julgar o meu próximo?
“Tira primeiro a trave do teu olho, antes de tirar o cisco do olho do teu irmão”, aduziu o verbo que se fez carne. Tal assertiva revela uma sabedoria profunda, que talvez nossa tão limitada capacidade de raciocinar não consiga perceber. Devemos olhar para nossas falhas, antes de verificar o equívoco alheio. Não sejamos hipócritas!
Ora, analisando o meu eu, verifico uma multidão de falhas. Devo ser complacente com as falhas alheias, na mesma medida em que espero que as minhas são suportadas e perdoadas.
“Com o mesmo juízo que julgo, serei julgado”. Não sou digno de julgar! Necessito da graça e da misericórdia do Santíssimo. Devo compreender o equívoco alheio, responder o ódio com amor, a palavra ríspida com palavras edificantes, a maldição com bênçãos, a calúnia com oração.
Devemos tratar os outros da mesma forma que queremos ser tratados. Disso depende a lei, os profetas, eis o juízo universal da proporcionalidade. O que se planta, colhe!
Plantemos misericórdia para que possamos colhê-la. Cultivemos o perdão. Plantemos boas sementes no jardim de nossa alma que possa exalar o perfume suave, daqueles que são embaixadores de Cristo nesta terra.