terça-feira, 27 de setembro de 2011

Julgamento




Nunca esperei muito das pessoas. Nunca criei expectativas acerca do comportamento alheio. Ainda sim, consigo me surpreender com alguns indivíduos. Não sei se o problema são os outros, ou se o problema sou eu.

As pessoas julgam demais, e amam menos. Ninguém compreende, todos apontam.

Francamente, não me sinto bem na posição de juiz do outro. Sinto que estou usurpando a posição do Único que é digno de julgar. Para julgar, devo estar acima dos erros e fraquezas da humanidade. Como poderia eu, com tantas limitações julgar o meu próximo?

“Tira primeiro a trave do teu olho, antes de tirar o cisco do olho do teu irmão”, aduziu o verbo que se fez carne. Tal assertiva revela uma sabedoria profunda, que talvez nossa tão limitada capacidade de raciocinar não consiga perceber. Devemos olhar para nossas falhas, antes de verificar o equívoco alheio. Não sejamos hipócritas!

Ora, analisando o meu eu, verifico uma multidão de falhas. Devo ser complacente com as falhas alheias, na mesma medida em que espero que as minhas são suportadas e perdoadas.

“Com o mesmo juízo que julgo, serei julgado”. Não sou digno de julgar! Necessito da graça e da misericórdia do Santíssimo. Devo compreender o equívoco alheio, responder o ódio com amor, a palavra ríspida com palavras edificantes, a maldição com bênçãos, a calúnia com oração.

Devemos tratar os outros da mesma forma que queremos ser tratados. Disso depende a lei, os profetas, eis o juízo universal da proporcionalidade. O que se planta, colhe!

Plantemos misericórdia para que possamos colhê-la. Cultivemos o perdão. Plantemos boas sementes no jardim de nossa alma que possa exalar o perfume suave, daqueles que são embaixadores de Cristo nesta terra.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Soberba do Direito



Desde os tempos de acadêmico, tenho verificado que a soberba e o direito caminham lado a lado. Pode ser uma concepção negativista de minha parte, contudo, quem sabe em meio ao meu mar de insanidade haja algumas ilhas de lucidez.

Não tenho pretensão de ser o algoz das profissões jurídicas. Aquela pessoa que simplesmente vislumbra os erros com o intuito de escarnecimento. Considero-me apenas um SER pequeno, que por estar tão embaixo pode verificar a sujeira escondida, ou defeitos olvidados, as manchas que ninguém vê.

O objetivo não é simplesmente mostrar as manchas, mas também, buscar suas razões e verificar, quiçá possíveis soluções de limpeza.

Desde já adianto, não tenho pretensão de ser o redentor do Direito. E diante da minha pequenez não posso, e não tenho condições de estabelecer todos os equívocos de seus profissionais. Prefiro centralizar no cerne de todo mal, se é que posso utilizar essa expressão. Todo “pecado jurídico” tem seu fundamento na soberba.

O que é soberba? É a exaltação do eu em detrimento do outro. O orgulho exacerbado. E o que seria o direito? O certo, o justo, o correto. A priori, os conceitos não se ajustam, porém, na prática caminham lado a lado.

Lembro-me que Lúcifer caiu dos céus, pela soberba de querer ser igual a Deus. Utilizo essa premissa dogmática religiosa para expressar analogicamente que a exaltação do ego conduz necessariamente a uma queda. Hoje podemos ter a queda dos valores, a queda do respeito, a queda dignidade.

Não convém que assim seja, é preciso retornar a essência estruturante da ciência jurídica: a paz e a harmonia, bem como à premissa de que somos humanos, iguais em dignidade, dignos de respeito.

domingo, 11 de setembro de 2011

Nasci de novo


A morte bateu em minha porta, mas Deus não permitiu que ela adentrasse. A dor e o sofrimento estiveram em minha vizinhança, mas não conseguiram adentrar em minha propriedade, pela graça do Altíssimo.

Caminhei pelo vale das sombras e sobrevivi. E hoje reflito: Quão passageira é a vida e quão frágil nós somos. O fogo refina o ouro. A lapidação faz a jóia brilhar. E os problemas dessa vida, nos aproximam do Eterno.

Nasci de novo. Alguns aduzem que não é possível nascer duas vezes, mas creio que seja possível. Nasci não em matéria, mas em espírito. Hoje vejo os detalhes, detalhes tão pequenos, e ao mesmo tempo, tão importantes.

O que importa são os detalhes. As pequenas coisas que no final são as que realmente importam. A experiência do vale tenebroso, fez com que eu avaliasse o valor da vida. O grande presente da existência.

Todos os dias são presentes. O presente da vida. O presente do ar que respiro. O presente da saúde. O presente do trabalho. O presente da família. O presente dos amigos. E o maior de todos os presentes, a presença de Santo Espírito em mim.

Por alguns momentos, vislumbrei que Deus estava longe, mas na verdade Ele está perto, muito perto. Ele está aqui, em mim, Sua presença me envolve e me preenche. A minha fragilidade é compensada com sua força e seu infinito amor.

A minha prova aconteceu em torno das sete horas da manhã. A minha única ferida foi em forma de sete no meu dedo. Coincidência? Creio que não! O 7 representa a plenitude e a perfeição do Altíssimo. Bem sei, que perfeitas são as obras de suas mãos.

Bendito seja o meu redentor. Bendito seja o meu criador. Que no momento aflição e da angústia estendeu suas mãos e ajudou seu servo. Os seus anjos não permitiram que eu tropeçasse. O salmo 91 nunca mais será o mesmo para mim. O salmo 23 jamais será pronunciado da mesma forma.

Antes conhecia a Deus por ouvir falar. Atualmente, tenho conhecimento, pois vi sua mão protetora e sua infinita misericórdia. “Quem muito é perdoado, muito ama”. Por analogia, aquele foi tirado do laço da morte certa, muito se aproxima de ti, ó Pai. Deus de vida e de vitória.

A ti meu louvor! Vivo para ti, somente para ti!