domingo, 26 de setembro de 2010

Ignorância Sábia



Quanto mais o tempo passa, mais tenho noção da minha pequenez intelectual e das diversas imperfeições do meu Ser.

Quem sou eu? OH! Ser orgânico em um minúsculo planeta do sistema solar, de uma galáxia chamada Via láctea, de um universo de bilhões de galáxias.

O ideal socrático de ignorância, configura-se em um lema para minha vida: SÓ SEI QUE NADA SEI. A referida ignorância, nas palavras de Michel de Montaigne (Ensaios) expressa sabedoria, na medida em que os verdadeiros sábios são como

“(...) as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber é parte — e parte ínfima — da nossa ignorância”.

Quando mais estudo, mas me humilho. A cada dia me curvo mais e mais, afastando-me da soberba do pretenso conhecimento. O sofista que há em nós deve desaparecer. Somente nos esvaziando do ego, estaremos aptos para aprender.

O amor de Deus


Assim como o apostolo Paulo, eu digo que amor de Cristo me constrange. Amor esse que refle a grandeza do próprio Deus. Em 1 Coríntios, no capítulo 13, é demonstrada a suprema excelência do amor, ipsis litteris:

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor".


O amor do Mestre dos Mestres, é tão profundo que em seu famoso sermão da montanha, Ele nos ensinou uma grande lição:

“Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelo que vos maltratam e vos perseguem” (Mt 5:44)


Deus é amor, e todo aquele que ama é de Deus e conhece a Deus. E pela manifestação do amor, as pessoas saberão que somos servos do Altíssimo e amigos do Pai.

Verdadeiramente, os fortes amam, mas os fracos odeiam. Os fortes perdoam. Os fracos se vigam. Os fortes bendizem, mas os fracos só abrem a boca para maldizer. Os fortes oram pedindo auxílio do Pai, e os fracos se julgam auto-suficientes.

Só Deus pode dar força para amar como Ele. Ao ensinar não retaliar pelas próprias mãos, Jesus nos impede de fazer justiça pelas próprias mãos, visto que o juízo pertence ao Altíssimo.

O profano vive o valor do “olho por olho e dente por dente”. Porém, Cristo nos ensina que “se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quer demandar-te em juízo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e se alguém te obrigar a ir carregado mil passos, vai com ele ainda mais outros dois mil. Dá a quem te pede, e não volte às costas ao que deseja que lhe emprestes” (Mateus, V: 38-42).

O amor está esfriando e o ódio progredindo a níveis exponenciais. Não convém que assim seja. Assim como Francisco de Assis, também oro dessa forma:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Em verdade, em verdade, tenho sido provado. A inveja se levanta, as mentiras se multiplicam, o autoritarismo se expande, a falsidade cresce (...) Mas ainda assim, não há rancor em meu coração. Por que se eu amar somente os que me amam, que recompensa terei? Contudo, se eu amar os que me odeiam, o Senhor contemplará dos altos céus o meu testemunho em relação ao sua palavra e terei tesouros que os ladrões não minam, nem roubam.

Céus e terra passarão. Mas a PALAVRA não passará.

“Amai uns aos outros, como eu vos amei”(JO 13:14) Assim diz o Senhor.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Insensibilidade





(...) Tenho caminhado pela terra dos viventes, e contemplado o comportamento humano e a sua insensibilidade.

A velocidade dos inventos científicos, das inovações tecnológicas e do acúmulo de informações têm aumentado progressivamente. Por sua vez, os nobres sentimentos tem caído a níveis abissais.

Fazemos muito, porém sentimos pouco.

Nós nos psicoadaptamos ao sofrimento alheio, nos acostumamos com a miséria do outro.

Vemos os menores se prostituindo, os jovens se drogando, as pessoas se matando em seus conflitos existenciais ou morrendo de fome e NADA fazemos. Antes, afastamo-nos dos “semi-humanos”, por medo, por pensarmos que estamos em um nível superior ou por acreditar que responsabilidade é de outrem.

Nas cidades, diversas pessoas clamam por esmola. Esse fato não me impressiona, visto que sempre existiram como fruto de uma sociedade desigual, com grandes riquezas e imensas misérias. O que me impressiona é a insensibilidade de TODOS. O sofrimento alheio não nos afeta, o altruísmo e a empatia estão desaparecendo.

Fazemos jus ao nome da nossa espécie? Dizem que somos Homo sapiens sapiens. O termo sapiens expressa sabedoria/inteligência. Temos sido sábios? Somos chamados de humanos. Temos expressado humanidade?

O amor deveria ser o fundamento que regesse as nossas relações. Segundo Carnellutti (Como nasce o direito), se amor fosse implementado, consideraríamos os outros superiores a nós mesmos, amaríamos o próximo na proporção exata de nosso amor próprio. E nessa sociedade, não haveria moral ou direito (leis) para mediar conflitos, porque eles, simplesmente, não existiriam.

Nesse meu idealismo muitos me criticam, e me questiono: que sociedade é esta em que fazer o bem é vergonhoso?

E seus muitos discursos, Rui Barbosa aduziu que:

- De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)



Apesar das criticas, é preferível continuar na luta, visto que “para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados” (Edmund Burke).

Mesmo sendo pequeno, em meio a esta sociedade de bilhões de pessoas, podemos utilizar a gota da sensibilidade e meio ao incêndio da insensibilidade. Nos pequenos detalhes, é que se encontram os grandes ensinamentos.

Façamos as nossas gentilezas diárias. Ajude quem necessita. Nunca negue um sorriso. Respeito o outro. Tenha paciência. Pronuncie palavras edificantes. Ofereça rosas aos que te oferecem espinhos. Seja honesto, mesmo que isso te prejudique. Prefira a verdade dura à mentira suave.

REVOLUCIONEMOS essa sociedade hipócrita! Eu tenho fé no Altíssimo de que isso possível (...) Podemos tentar?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sabedoria







Ultimamente tenho cultivado mais os ouvidos do que a boca.

Verdadeiramente, os seres vivos através de seus corpos, expressam materialmente a grande força do equilíbrio universal. Dois ouvidos, uma boca. A boca se fecha, mas os ouvidos não.

É possível calar. É possível impedir as fugas das palavras ásperas, sem lógica, sem amor, sem compreensão. É, plenamente, concebível a idéia de refletir antes de falar. A natureza, como expressão da grandeza do Grande Arquiteto, dotou o homem com a incrível capacidade de calar.

Um rei do passado, inspirado pelo “GRANDE EU SOU”, aduziu que até o tolo, se permanecer calado será tido como sábio.

Grande crescimento há no silêncio. Não me refiro ao silêncio da solidão mórbida, da angústia da alma, da vergonha do ser ou do medo descabido. Mas sim, ao silêncio da concentração, do raciocínio e da sabedoria.

A maior e mais difícil lição da retórica, não está em como falar, quando falar, onde falar ou o que falar; mas sim, quando calar.

Se eu me calo, eu posso ouvir.

Os ouvidos não se fecham. Devo escutar tudo, o que é bom e o que é mau, o santo e o profano, o edificante e aquilo que destrói. Por isso, estão em duplicidade, ao passo que a boca está em unidade.

Contudo, após ouvirmos as diversas informações, devemos filtrá-las. Em uma concepção socrática, o triplo filtro seria a VERDADE, a UTILIDADE e a BONDADE. Se algo é verdadeiro, útil e bom, digno será de ser armazenado em nossa memória e transmitido aos demais.

Porque o conhecimento centrado no ego é uma falácia, visto que somos seres sociais por excelência. Agora é preciso comunicar, mas sempre respeitando o argumento alheio, assim como quero que o meu seja respeitado.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Carta à alguém


Planeta Terra, (sem data) de qualquer mês de um ano qualquer.

Olá!

Você pensa que é fácil?

Pois não é!

O meu corpo anseia, a minha carne quer!

Quer você.

A minha carne quer as coisas da carne

Meu corpo quer você!

Você olha

Exibe-se

Tenta-me

Incendeia meu querer,

Com o fogo carnal...

Prazer

Prazer

Prazer

E muito mais...

É isso que a carne quer.

E nisso quer me seduzir

Sua pele é seda

Seus olhos mais belos, que o azul do oceano.

Seus lábios,...., mel em minha boca.

Seus beijos, o caminho para perdição.

Enfim, o seu corpo me deixa sem fôlego.

E luto

Luto

Luto

Contra a carne!

Não contra você!!!

Pois vivo em espírito

Você não entende o que é viver nele?

(...)

O destino da sua carne é a morte.

E do teu belo corpo,

Pó!!!

Mas o fim do espírito, é a vida

A paz

E a

Plenitude.

Então venha comigo,

Vivamos juntos em espírito.

No verdadeiro amor, que não é mero desejo carnal.

Ultrapassando a barreira do corpo, posso dizer verdadeiramente que TE AMO!

Esse amor será puro!

E a tudo suportará...

E viveremos em pureza.

Eu e você

Você e eu...

... Meu amor...

Renegue a morte, e viva comigo!

ETERNAMENTE


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

LUZ





Eu

Tu

Ele

Nós queremos

Vivemos

E

Sentimos.

A luz, que guia o mundo.

Que

Vence

As

Trevas

E

Nos

Oriente

Na vida.



Anseamos

A luz

Pois só com ela podemos

Ver as cores verdadeiramente...

Em escuridão, somente claro

E

Escuro

Mas, em luz

Plenitude

Perfeição e

Cor!