quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A tristeza do poeta

Quem dera se eu pudesse chorar e com minhas lágrimas rolassem todas as tristezas. Mas até isso é negado!

Não posso negar a mim mesmo. O combustível do poeta é a tristeza.

Para Rubens Alves existem dois tipos de tristeza: a racional e a crepuscular. A primeira é motivada por alguma circunstância, a morte de um ente querido, os planos não realizados, entre outros. Contudo, a segunda só uma alma sensível é capaz de sentir.

O pôr-do-sol traz tristeza para o poeta, porque ele verifica a realidade e a finitude de tudo. “Talvez porque o crepúsculo seja uma metáfora do que seja a vida: a beleza efêmera das cores que vão mergulhando no escuro da noite”.

“Tudo flui e nada permanece”, já dizia Heráclito. Diante disso, o poeta possui uma tristeza da alma, tentando compreender o que convém na existência. E daí surge a arte, surge o poema ... a dor expressa em palavras. “A vida é trágica porque tudo o que a gente ama vai mergulhando o rio do tempo”.

Um comentário:

  1. “Os poetas são tristes, porque os seus textos fazem aguçar não o sentido da visão, mas mexe com um sentido superior, cujos olhos não podem ver, nem ouvidos escutar, entretanto faz sentir com a alma de quem faz e de quem lê."
    Sir. Goulart

    ResponderExcluir