segunda-feira, 25 de julho de 2011

Minha fome e minha sede



Tenho fome

Mas, a matéria dessa terra

Não pode me alimentar


Tenho sede

Mas, as águas desse mundo

Não podem me saciar


Minha fome e minha sede

Transcendem a existência

Minha fome e minha sede

Vão além da aparência


Tenho fome de justiça

Tenho sede de liberdade

Tenho fome de amor

Tenho sede de paixão


Minha fome e minha sede

Motivam-me a caminhar

Minha fome e minha sede

Instigam-me a lutar ...

domingo, 24 de julho de 2011

O Princípio da Transitoriedade


Hoje, por um lapso de tempo, um átomo da sabedoria profunda que fundamenta o universo, revelou-se a mim, pó da terra, Ser - humano limitado. Eis que uma palavra que ressoou em minha mente: “transitoriedade”.


Recordo que costuma brincar com uma amiga acerca da transitoriedade das coisas: “Tudo passa, a uva passa, o ferro passa, enfim tudo passa (...)”. Aduzia isso em tom jocoso e descompromissado, mas nesses momentos concluía algo, deveras, importante.


O fundamento do tudo, a força motriz do universo é justamente a idéia da mudança continua. O filósofo pré-socrático, Heráclito de Éfeso defendia que o elemento primordial de todas as coisas é o vir-a-ser. Asseverava que tudo é movimento.


Tudo passa. Nascimento. Infância. Juventude. A própria vida.


Tudo passa. Namoro. O dia do casamento. A formatura. A própria vida.


Eis que quem hoje está perto, amanhã pode estar longe. E quem longe estava, para perto pode vir.


Os planos podem ser concretizados. Frustrados. Modificados. Aprimorados. Esquecidos.


A matéria é caracterizada pelo continuo movimento das partículas atômicas. Um eterno ciclo bio-geo-químico está em nosso planeta. A incerteza é a regra. A metamorfose infinita tece sua teia na existência. Quem dela pode escapar?


Na verdade, um grande relativismo impera. Até o tempo e o espaço são elementos dele. Não há ontem, hoje ou amanhã. E o que está aqui, pode não estar. Os físicos tem se empenhado em desvendar essas questões, buscando referências em várias dimensões.


Depois de muito ponderar, descobri quem era Deus! Ele é o absoluto! “Eu sou o que sou”, diz Ele! Além do tempo e do espaço, dos muitos adjetivos relativos dessa existência material, Ele se encontra.


Fiquei admirado. Depois de um tempo perdido, o princípio da transitoriedade direcionou-me para Aquele que não há variação! Que paradoxal!


quinta-feira, 14 de julho de 2011

O GPS do Cristão



Nunca gostei da sensação de estar perdido. Perder o senso de direção gera uma angústia terrível, arritmia cardíaca, queda de pressão, frio na mão, enfim uma grande tensão. As grandes cidades com suas ruas-labirinto me intimidam por sua complexidade. Se você enveredar numa rota equivocada, demandará um longo tempo para retornar ao seu objetivo.

Creio eu, que a vida é um grande aprendizado. E esse aprendizado é tão extenso que algumas lições podem ser aprendidas no trânsito. A sabedoria profunda que inspira o universo está presente em toda matéria, que tenhamos a capacidade de percebê-la.

Há alguns dias atrás, fiz uma comparação interessante. Comparei o trânsito de uma grande cidade com o nosso caminhar existencial. Quando nós saímos de nosso trabalho, ou casa, enfim quando saímos de um ponto de partida, nós temos um objetivo. Queremos chegar a algum lugar.

E para chegar nesse objetivo, temos um trajeto a percorrer. Para objetivos acessíveis, as rotas são mais curtas. Para objetivos difíceis, rotas extensas. De modo geral, todos temos um caminho a percorrer.

Nessa análise, além de termos um objetivo, faz-se necessário que conheçamos o caminho. A falta de conhecimento gerará sofrimento. De nada adianta ter um objetivo, mas não ter os meus de atingi-lo. Não adianta ter um objetivo, mas não lutar por sua concretização.

Nesse ponto retorno ao parágrafo inicial. Nunca gostei de sensação de estar perdido. Para evitar isso, o homem criou a bússola, um instrumento de navegação e orientação baseado em propriedade magnéticas dos metais e do campo magnético terrestre. E ainda contamos, com sistema de posicionamento global, conhecido como GPS (Global Positioning System), que de maneira precisa demonstra o caminho a ser seguido.

A palavra de Deus é a bússola/GPS do cristão. O salmo 119 em seu versículo 105 aduz que “lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. Se caminhamos no escuro corremos o risco de cair, mas se há luz podemos desviar dos buracos da estrada da vida. A palavra é a luz que ilumina o nosso caminho.

Geralmente há um caminho certo e diversos caminhos errados. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mateus 7:13). Se entrarmos pelo caminho equivocado, ainda podemos retornar ao caminho certo, contudo isso demandará tempo e esforço.

Recordo-me do princípio da inércia ou princípio da dinâmica (1ª Lei de Newton), se o um corpo não está submetido à ação de forças ou está submetido a um conjunto de forças de resultante nula, não sofrerá variação de velocidade. Logo, se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento e a sua velocidade se mantém constante.

Não pretendo explicar física, outrossim faço uma singela comparação. O caminho certo instiga a certeza. O caminho errado instiga o erro.

O Cristão não deve jamais se retirar do caminho da verdade, que é o próprio Cristo. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

Meu objetivo é o pai, minha meta a Nova Jerusalém, meu sonho a ver Deus face a face. E para alcançar esse objetivo/meta/sonho tenho um amigo que me ajuda, tenho um caminho certo e com Jesus NUNCA estarei perdido.

“Este é o caminho, andai por ele.” (Is 30.21).



terça-feira, 5 de julho de 2011

O profundo sentido do sacrifício


Diversas vezes nós nos julgamos fracos. Dizemos que não seremos capazes de suportar determinada situação. E após, nós a superamos! E verificamos que podemos suportar muito do mais do que imaginávamos.

Verdadeiramente, a vida é um grande aprendizado. Em cada ocasião, no convívio entre as pessoas, verificamos que existe algo a aprender, uma evolução pessoal, um aprimoramento que nos fará melhores. Digo melhores, não no sentido de exaltação, mas ao contrário, no sentido de humilhação.

Alguns podem discordar das minhas palavras: Como podemos ser melhores em um caminho cuja direção seja uma descida? Como podemos subir descendo? Como podemos ascender nos curvando? Eis, um grande mistério universal! A humildade é um caminho, segundo o qual descemos para subir.

E sob essa perspectiva, retorno ao tema inicial. Vislumbro que posso suportar muito mais do que eu pensava. O homem natural julga-se incapaz de perdoar, de se humilhar, de amar o inimigo, de bendizer aquele que lhe amaldiçoa. Digamos que o homem natural não tem paciência, em uma expressão coloquial possui “stupim curto”. Contudo, tenho verificado que Novo Homem, nascido das águas do espírito, recebe um longo “stupim”. E pela virtude da paciência suporta, torna-se forte.

Nesse momento lembrei-me de um ditado (Perdão por não me lembrar do autor): “Forte não é a onda do mar que tudo destrói, mas sim as rochas que tudo suportam”. Julgamos que as pessoas explosivas, impacientes, nervosas sejam fortes, inclusive dizemos que muitos indivíduos possuem um “temperamento forte”. Na verdade, não são fortes, mas fracos.

Forte é o quem perdoa, forte é quem ama, forte é que faz o bem e não espera nada em troca. Esse sim, é forte. Ultimamente, pela graça de Deus, tenho me fortalecido. E tenho conseguido sorrir na tempestade.

“Ao que te ferir uma face oferece também a outra”. E eis que ofereço a outra face, todas as vezes que me calo perante uma calunia. Relevo, para que discussão não siga adiante. Eis que ofereço a outra face, todas as vezes que sacrifico a minha vontade em prol da harmonia e da paz. Ofereço a outra face, quando morro para mim mesmo e vivo para Cristo. Lembro-me que devo ser misericordioso, como Pai é misericordioso. E Ele é benigno até com os ingratos e maus.

“O discípulo não é superior ao seu mestre, mas todo o que for perfeito será como seu mestre”. Não sou superior a Cristo! Quem sou eu, para não perdoar! Quem sou eu, para não amar! Quem sou eu, para não bendizer! “Sede perfeito, porque eu sou perfeito”, diz o Senhor. Quero ser perfeito como o mestre, quero refletir a luz do criador do universo. Não há outra meta para o cristão, a não ser a perfeição.

Curvo-me como os espigas de trigo, a medida que vão se enchendo de amido. A medida que vou me enchendo da presença de Deus, mergulhando no oceano do Espírito, mais me humilho.

Hoje entendo o profundo sentido do sacrifício. “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo”.